quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Espírito Santo

"Quem é o Espírito Santo?"

Há muitos conceitos errôneos e distorcidos sobre a identidade do Espírito Santo. Alguns vêem o Espírito Santo como uma força mística. Outros entendem o Espírito Santo como sendo um poder impessoal que Deus disponibiliza aos seguidores de Cristo. O que diz a Bíblia a respeito da identidade do Espírito Santo? Colocando de forma simples – a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus. A Bíblia também nos diz que o Espírito Santo é uma Pessoa.

Qual a importância do Espírito Santo?

Uma das funções principais do Espírito Santo no projeto divino de redenção é a obra de revelar e confirmar a mensagem de Deus ao homem.  Sem a obra do Espírito, não seria possível que o homem se salvasse.  O que o homem pode aprender com Deus na criação material é importante, mas é muito limitado; jamais alguém poderia saber a vontade de Deus apenas observando a criação (Romanos 1:18-20). 

O Espírito Santo e o Antigo Testamento

Pedro informa-nos que a mensagem dos profetas do Antigo Testamento não teve origem nos próprios homens.  Os homens, segundo ele, foram "movidos pelo Espírito Santo" para falar (2 Pedro 1:20-21).  Os profetas do Antigo Testamento foram movidos, orientados ou levados pelo Espírito Santo para dizerem exatamente o que Deus queria que dissessem e no exato momento que ele desejava.  Vários textos no Antigo Testamento declaram que o Espírito Santo participou ativamente na revelação da vontade de Deus naquela época. Davi disse:  "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua" (2 Samuel 23:2).  Após retornarem do exílio babilônico, os levitas recontaram em oração as bênçãos que o Senhor tinha dado a Israel.  Eles diziam:  "E lhes concedeste o teu bom Espírito para os ensinar . . . e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito por intermédio dos teus profetas" (Neemias 9:20, 30).  O profeta Zacarias disse que as pessoas "fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam" (Zacarias 7:12).  Observe que Deus enviou as suas palavras por seu Espírito por meio dos profetas.

O Espírito Santo e o Novo Testamento

O fato do Espírito Santo ser Deus é claramente visto em muitas Escrituras, incluindo Atos 5:3-4. Neste verso Pedro confronta Ananias em por que ele tinha mentido para o Espírito Santo, e a ele diz “não mentiste aos homens, mas a Deus”. É uma declaração clara de que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus. Podemos também saber que o Espírito Santo é Deus porque Ele possui os atributos ou características de Deus. Por exemplo, a onipresença do Espírito Santo é vista em Salmos 139:7-8: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.” Em I Coríntios 2:10 vemos a característica de onisciência do Espírito Santo: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.”

Podemos saber que o Espírito Santo é mesmo uma Pessoa porque Ele possui uma mente, emoções e vontade. O Espírito Santo pensa e sabe (I Coríntios 2:10). O Espírito Santo pode se entristecer (Efésios 4:30). O Espírito intercede por nós (Romanos 8:26-27). O Espírito Santo toma decisões de acordo com Sua vontade (I Coríntios 12:7-11). O Espírito Santo é Deus, a terceira “Pessoa” da Trindade. Como Deus, o Espírito Santo pode verdadeiramente agir como o Confortador e Consolador que Jesus prometeu que ele seria (João 14:16,26; 15:26).

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Calúnia, Difamação e injúria

Como vencer a calúnia,  difamação e injúria?

Precisamos primeiramente entender que esses atos  constitui crimes a honra da pessoa e consta nos artigos da lei. Vejamos o significado de cada uma:

- Calúnia (art. 138) é acusar alguém publicamente de um crime.

- Difamação (art. 139) é dizer que a pessoa foi autora de um ato desonroso. 

- Injúria (art. 140) é basicamente uma difamação que os outros não ouviram: é chegar e dizer para um sujeito algo que esse sujeito considere prejudicial.

A calúnia, difamação e Injúria são potentes armas de destruição, capazes de destruir qualquer relacionamento, por mais durável que este possa ser. Elas afetam os relacionamentos das pessoas e geram marcas severas, podendo causar sérios prejuízos materiais, emocionais, sociais, espirituais, físicos, entre outros. Quem um dia foi vítima da calúnia, difamação ou injúria sabe o quanto são terríveis, pois se trata de acusações falsas com o intuito de manchar a honra de alguém. Por mais íntegra que uma pessoa seja, ela pode ser alvo. Logo, não é fácil lidar com esse tipo de situação, mas também não é impossível. Podemos destacar alguns personagens bíblicos que sentiram na pele esse tipo de situação, mas analisaremos sobre Neemias que  foi alvo dessas, mas não foi derrotado por nenhuma.

Neemias era um líder muito honrado por seus conterrâneos. E não somente por estes, mas, também, pelo rei persa, Artaxerxes (Ne 1:4-8). Era admirado por uns e odiado por outros. Neemias tinha inimigos ferozes que estavam dispostos a ir às ultimas consequências para prejudicá-lo. É desses homens maus que o início do capítulo 6 faz menção. Sambalate, Tobias, Gésem e os demais inimigos do povo de Deus eram pessoas derrotadas que não se davam por vencidas; não sabiam perder. Para não ficarem por baixo, arquitetaram planos “sujos”, dentre os quais se destaca a calúnia.

"Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinqüenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios nossos circunvizinhos e decaíram muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra." (Ne 6:15-16)


O capítulo 6 de Neemias tinha tudo para ser tranquilo. Afinal, o muro já havia sido edificado e os inimigos de Neemias, envergonhados. No entanto, este capítulo é marcado, dentre outras coisas, por ameaças, emboscadas e calúnias. A guerra ainda não havia terminado para Neemias. Após escapar de uma emboscada mortal, esse homem de Deus se deparou com a mentira dos seus inimigos: Entre as gentes se ouviu, e Gesém diz que tu e os judeus intentais revoltar-vos; por isso, reedificas o muro, e, segundo se diz, queres ser o rei deles (Ne 6:6). A imagem de uma pessoa é um tesouro que deve ser devidamente preservado. Neemias era portador de uma índole irrepreensível. Ele tinha não apenas carisma, mas, também, caráter. Era um líder segundo o coração de Deus. Mas os líderes segundo o coração de Deus não estão imunes às acusações infundadas. Neemias que o diga! Ele e o povo judeu foram acusados injustamente de rebelião contra o império persa. Centenas de anos mais tarde, Cristo sofreria acusação semelhante (Lc 23:1-5). 

Por mais integro que você seja, não estranhe se os inimigos da obra falarem falsamente a seu respeito. Quem lança a calúnia, consegue um meio de propagá-la (Sl 64:4). Nesse caso, as palavras de acusações chegaram a Neemias por meio de uma “carta aberta”, que era, por si só, um meio de afronta, insulto e intimidação, pois as cartas oficiais eram enroladas e seladas, para que somente as autoridades pudessem abri-las e lê-las. [1] A “carta aberta” foi uma maneira encontrada por Sambalate de espalhar as suas mentiras entre o povo e destruir a reputação de Neemias.

Mas não é somente por meio desse veículo que uma mentira pode ser propagada. Hoje, as redes sociais e a mídia fazem isso com muita facilidade. A língua também não fica atrás. Quem a utiliza como objeto de maledicência, deve lembrar que Deus abomina a língua mentirosa (Pv 6:16,19). Deus aborrece a calúnia em quaisquer circunstâncias, seja proferida a um membro da igreja ou a um líder desta. Quem lança mão da calúnia como mecanismo de defesa ou de ataque, prestará contas àquele que julga com justiça: Ao que às ocultas calunia o próximo, a esse destruirei (Sl 101:5a). 

Mas por que a calunia, difamação e injúria são tão graves e tão repudiadas por Deus? A resposta é óbvia: elas denigrem a imagem alheia, produz mágoa e desmotivação nas pessoas e, pior, causa desunião e rachaduras no corpo de Cristo, podendo gerar sérios conflitos e inclusive o desvio do membro fiel... Sem contar que pode gerar aversão plena à Deus e sua obra, podendo impedir completamente o avanço do membro e a continuidade da mais prefeita obra de Deus. Algo puramente maligno e destrutivo! 

Era nessa situação que os inimigos de Neemias ansiavam vê-lo, a qualquer custo. Ao espalhar a boataria, Sambalate tinha duas pretensões. Em primeiro lugar, desestabilizar a comunhão que havia entre Neemias e o povo. Todos saberiam do conteúdo da carta; logo, a possibilidade de as pessoas duvidarem das boas intenções de Neemias era grande. Em segundo lugar, desestabilizar a comunhão que havia entre Neemias e o império. A acusação de rebelião, lançada sobre esse servo de Deus era grave porque os reis persas não toleravam resistência alguma da parte de seus súditos. [2] Sambalate ainda o ameaçou: ... essa informação será levada ao rei (Ne 6:7). A vida do líder e o destino do povo estavam ameaçados! Diante disso, como proceder? O que fez Neemias, em meio às calúnias? 

Neemias foi um excelente exemplo de superação. Ele poderia ter se entregado às chantagens de Sambalate, se tornado um homem depressivo e desistido da obra, mas não o fez. Ele não cedeu às pressões e à fúria daqueles que queriam derrubá-lo. Esse líder soube lidar com a calúnia de modo positivo. Ele não perdeu o foco do seu trabalho, a saber, a reconstrução do muro de Jerusalém. Superar a calúnia não é algo fácil, mas também não é impossível. Neemias tem muito a nos ensinar nesse sentido, através de suas atitudes investidas de sabedoria divina. 

Então, como ele agiu diante da calúnia?

Em primeiro lugar, Neemias se firmou na sua integridade. A afirmação de Neemias é contundente: Mandei dizer lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma sucedeu (Ne 6:8ª). Esta resposta não é uma reação impulsiva à acusação, mas uma afirmação convicta de quem tem integridade. Neemias não tinha o que temer. Os inimigos inventaram mentiras sobre ele, mas não encontraram falhas em seu caráter. O ditado popular “quem não deve, não teme” é muito feliz nesse sentido. A integridade pessoal é uma arma eficiente contra o mal da fofoca.

Em segundo lugar, Neemias desmascarou o acusador. Ele não deixou barato e rebateu a acusação falsa com uma acusação verdadeira: Tu, do teu coração, é que o inventas (Ne 6:8b). Ele não teve medo de Sambalate e o responsabilizou pela calúnia. Mas não o fez sem base. No versículo 9, Neemias justifica as suas palavras: Porque todos eles procuram atemorizar-nos, dizendo: As suas mãos largarão a obra. Quem faz a calúnia merece ser desmascarado e envergonhado. Precisa ser repreendido para que mude de atitude. Mais cedo ou mais tarde, a verdade virá à tona. Toda informação imprecisa cairá por terra e, juntamente com ela, o seu autor.

Em terceiro lugar, Neemias orou por fortalecimento. Os recursos da terra são importantes, mas não suficientes. Por isso, ele buscou forças do céu, isto é, de Deus: Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos. Toda calúnia que envolve a obra do Senhor é um problema espiritual. Logo, é imprescindível a intervenção divina. As investidas de Satanás são astutas e destruidoras, mas quem habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e baluarte, Deus meu, em quem confio (Sl 91:1-2). Neemias encarou a prática da oração como uma necessidade urgente que o ajudaria a suportar o problema da perseguição caluniosa.

Em quarto lugar, Neemias persistiu na obra de reconstrução. No primeiro versículo do capítulo 6, ele testemunha que o muro estava edificado, mas ainda faltava colocar portas nos portais. Porém, no versículo 15, a obra está completa: Acabou-se, pois, o muro (...) em cinqüenta e dois dias. Nos textos que separam estes versículos, vemos Neemias sendo perseguido por meio de ameaças e calúnias. Contudo, ele se mantém firme em sua postura: Estou fazendo grande obra(Ne 6:4). Esse líder experiente sabia que a desmotivação fazia parte do jogo sujo de Sambalate. Por isso, continuou a trabalhar na reconstrução do muro.

Foi difícil, mas a vitória, finalmente, chegou. Após enfrentar a calúnia, Neemias pôde contemplar os frutos do seu árduo trabalho. Ele poderia dizer tranquilamente: “Valeu a pena cada segundo investido nesta obra!” Mesmo ciente das aflições pelas quais passou, ele poderia, sim, afirmar isso. Todo o trabalho valeu a pena porque Neemias não agiu imprudentemente diante da calúnia; porque era integro e ninguém podia provar coisa alguma contra ele; porque rebatia a acusação com a verdade, não com mentira; porque permitia a intervenção divina na sua vida; porque não desistiu, mas continuou a agradar ao Senhor. Se assim agirmos, superaremos a calúnia.

Aplicando a Palavra de Deus em nossa vida

É preciso cuidar da mente.

O intento do caluniador é prejudicar a sua vítima. No caso de Neemias, os acusadores tinham o propósito de fazê-lo desistir da obra. Eles sabiam perfeitamente que a calúnia é uma arma poderosa que afeta, de modo negativo, a mente de quem é caluniado, fazendo com que este se torne uma pessoa amargurada, revoltada e desinteressada pelas coisas de Deus. Mas Neemias não se deixou abater porque cuidou da sua mente. Ele não permitiu que as coisas negativas lhe influenciassem e o fizessem perder a razão. Portanto, ao ser caluniado, não se deixe desestruturar emocionalmente. Não desista da obra, mas continue a perseverar em fazer a vontade de Deus!

É preciso cuidar da língua.

Atente para estas palavras do salmista: Os maus e os mentirosos falam contra mim e me caluniam(Sl 109:2). A calúnia é qualquer mentira proferida contra uma pessoa. É sobre a mentira que ela está alicerçada. Mas Neemias não firmava as suas palavras em mentiras, mas em verdades. Ele não rebateu a mentira com outra mentira porque não é assim que se deve proceder. Portanto, cuide da sua língua para não pagar o mal com o mal, isto é, calúnia com calúnia. Não use a língua para levantar falso testemunho contra quem o caluniou. Caso contrário, você não estará vencendo a calúnia, mas tornando-se cúmplice dela. Siga o conselho bíblico: Se você é sábio, controle a sua língua (Pv 10:19b).

É preciso cuidar da imagem.

Muitos homens e mulheres de Deus caíram porque neles se achou culpa. Este, porém, não foi o caso de Neemias. Ele sabia da importância de se manter um caráter íntegro e não deu brechas ao inimigo. Paulo, por sua vez, observa: não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado (1 Co 6:3). Se os caluniadores agem depressa para espalhar as suas mentiras vergonhosas e destroem os bons com calúnias covardes (Sl 64:4), então, procure ser cada vez mais íntegro. A integridade é um forte mecanismo de defesa contra a mentira. A calúnia não vence os irrepreensíveis, isto é, aqueles que não têm nada que se possa censurar.

Concluindo

No decorrer da história, Deus utilizou a vida de muitas pessoas em situações adversas para nos ensinar a lidar melhor com os nossos problemas. Neemias viveu milênios antes de nós; porém, a experiência dele é extremamente útil para os cristãos de hoje. A calúnia, por sua vez, era um problema, também, nos tempos antigos. Muitos se tornaram vítimas dela no passado. Neste estudo, vimos que a calúnia pode ser proferida contra o inocente, mas pode ser vencida! Como isso é possível? Através do cuidado com a nossa mente, nossa língua e nossa imagem e, acima de tudo, através da nossa confiança e dependência no Senhor, lembrando sempre que homens são falhos, mas Deus não!!